Famato participa de Estradeiro para conferir obras da BR-163

Entre os dias 26 e 30 de novembro, representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) percorreram aproximadamente 1.180 quilômetros entre Cuiabá-MT e Santarém-PA no Estradeiro BR-163, promovido pelo Movimento Pró-Logística. Durante a expedição, a equipe vistoriou o andamento das obras de pavimentação e construção de pontes ao longo da rodovia.

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Vice-presidente da região II da Famato, José Guarino, analista de Meio Ambiente e Logística do Núcleo Técnico da Famato, Lucélia Avi, suplente da vice-presidência da região V, Vilmondes Tomain e o presidente do Sindicato Rural de Porto Estrela, Rui de Faria.

Esta rodovia é considerada uma obra prioritária para o escoamento da produção agrícola de Mato Grosso, maior estado produtor de soja do país. Boa parte dos produtos que saem do estado em direção aos portos do Sul ou do Norte do país seguem pelas estradas. Somente na extensão Centro-Norte da BR-163 concentram-se aproximadamente 50% da produção de soja mato-grossense.

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Muitas obras ao longo da BR-163.

 

O que se verificou, segundo a analista de Meio Ambiente e Logística do Núcleo Técnico da Famato, Lucélia Avi, que participou do Estradeiro, foi que em muitos trechos as obras estão adiantadas.  “Porém trechos asfaltados anteriormente já apresentam defeitos, o que é preocupante, pois com o alto fluxo de caminhões que trafegam por estes locais a deterioração pode avançar ainda mais”, comenta.

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Trecho sem asfalto na BR-163.

Há obras de responsabilidade do Exército na localidade de Vila do Trinta até Miritituba, que é distrito de Itaituba, e também de Rurópolis a Santarém. No primeiro trecho, está tudo parado. No segundo, os homens estão trabalhando em terraplanagem e em imprimação da massa asfáltica.

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Obras de pavimentação na BR-163.

Terminal – A comitiva do Estradeiro BR-163 visitou também o Terminal Fronteiro Norte (Terfron), em Miritituba, distrito do município de Itaituba, no Pará. Neste local as obras da empresa Bunge estão iniciando e outras empresas estão em fase de projeto para utilizar o rio Tapajós no escoamento de grãos. O objetivo é que saia deste terminal, pelo menos, dezoito barcaças com capacidade de duas mil toneladas cada, transportando os grãos que vem de Mato Grosso. Isso significa 900 caminhões a menos nas rodovias. O principal porto para onde estes produtos serão encaminhados será o de Santana, em Macapá. Além disso, a equipe também visitou o porto de Santarém.

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Porto de Santarém, no Pará.

Cerca de 40 membros de entidades do setor produtivo de Mato Grosso compõem o Estradeiro. Da Famato participaram a analista de Meio Ambiente e Logística do Núcleo Técnico da Famato, Lucélia Avi, o suplente da vice-presidência da região V da Famato, Vilmondes Tomain, o vice-presidente da região II, José Guarino, o presidente do Sindicato Rural de Porto Estrela, Rui de Faria, e o suplente do Conselho Fiscal, Maurildo Lauro.

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Até o próximo estradeiro, pessoal!

 

Quase no fim de mais um estradeiro

Já no Pará, a equipe do Estradeiro BR-163 conhece um pouco a situação das estradas do estado. A analista de Meio Ambiente e Logística do Núcleo Técnico da Famato, Lucélia Avi, fala sobre suas impressões do terceiro dia de viagem (quarta-feira – 28.11).

“Mais um dia de estradeiro começando às 6h. Saímos de Novo Progresso para Santarém.O primeiro trecho do dia, aproximadamente 350 quilômetros, foi de Novo Progresso até Trairão, pela BR-163. A rodovia encontra-se em obras, com parte asfaltada e parte ainda em terra, onde não há sinais de que a pavimentação começará.

Trecho da BR-163 asfaltado já apresenta defeito.

Entre Trairão e Miritituba são 60 quilômetros já entrando na Transamazônica. Neste percurso, até o distrito chamado km 30 a rodovia é toda asfaltada e em ótima qualidade. Enquanto do km 30 até Miritituba a estrada ainda é de terra. Vale destacar que em breve será instalado um porto em Miritituba, que poderá ser rota de escoamento para a produção de Mato Grosso. As empresas Ciaporte e Bunge já estão trabalhando na construção de suas sedes no local.

Seguindo pela Transamazônica, chegamos a Rurópolis. Neste trecho percorremos aproximadamente 140 quilômetros, quase tudo asfaltado com algumas obras sendo iniciadas. De Rurópolis até Santarém foram mais 210 quilômetros percorridos, somente com 46 quilômetros de terra, mas já em obras que estão sendo feitas pelo Exército.

Obras na BR-163.

Enfim, chegamos a Santarém. Aqui também observamos algumas áreas sendo preparadas para o plantio de soja, o que mostra que o Pará está aumentando sua área destinada à oleaginosa.

Nesta quinta-feira (29.11), visitaremos o porto de Santarém e depois retornaremos para Mato Grosso”.

Estradeiro BR-163: Chegamos ao Pará!

A equipe do Estradeiro BR-163 continua na estrada! Confira o relato da analista de Meio Ambiente e Logística do Núcleo Técnico da Famato, Lucélia Avi, sobre o segundo dia de viagem (terça-feira – 27.11).

“Bem cedo, às 6h, foi dada a largada oficial do Estradeiro BR-163 em Sinop com sentido a Novo Progresso, no Pará.

Partindo pela BR-163 nossa primeira parada foi em Guarantã do Norte. Neste trecho, de aproximadamente 193 quilômetros, a rodovia é toda asfaltada e está em ótimas condições.

Entre Guarantã do Norte e Novo Progresso (PA) os 340 quilômetros estão em obras, com apenas 90 quilômetros de terra. No trecho já pavimentado o asfalto está em boas condições e com alguns buracos isolados. Na parte que está em obras, notamos que as pontes estão quase todas concluídas, sendo apenas duas em processo de finalização.

No Estado do Pará, observamos pequenas áreas de plantio de soja,  algo que não era tão frequente quando passamos por aqui nos estradeiros anteriores. Neste período chove muito nesta região e pegamos chuva em várias partes da viagem.

Trecho da BR-163 em obras na região de Novo Progresso (PA).

Amanha sairemos às 5h30 de Novo Progresso com destino a Santarém. Continue nos acompanhando!”

Estradeiro Movimento Pró-Logística pela BR-163 – Rumo a mais uma expedição!

O Movimento Pró-Logística iniciou segunda-feira (26.11) a última viagem do projeto Estradeiro deste ano. A comitiva percorrerá a BR-163 até Santarém, no Pará. A viagem termina sexta-feira (31.11).

Cerca de 40 membros de entidades do setor produtivo de Mato Grosso compõem o Estradeiro. Da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) participam a analista de Meio Ambiente e Logística do Núcleo Técnico da Famato, Lucélia Avi, o suplente da vice-presidência da região V da Famato, Vilmondes Tomain, o vice-presidente da região II, José Guarino, o presidente do Sindicato Rural de Porto Estrela, Rui de Faria, e o suplente do Conselho Fiscal, Maurildo Lauro.

Confira o relato daanalista de Meio Ambiente e Logística do Núcleo Técnico da Famato, Lucélia Avi, sobre o primeiro dia de viagem:

“Na segunda-feira (26.11) foi dada a largada da 4ª etapa do Estradeiro da Aprosoja e Movimento Pró-Logística. Até sexta-feira (30.11), seguiremos de Cuiabá-MT até Santarém-PA, pelas BR’s 364 e 163.

Antes de partir, na sede da Famato.

O primeiro trecho percorrido foi entre Cuiabá e Sinop, uma distância de aproximadamente 500 quilômetros. Tudo em asfalto com muito movimento de carretas. Observamos que a parte da rodovia entre o município de Rosário Oeste e o Posto Gil está em processo de duplicação e os trabalhos estão sendo executados conforme os prazos.

Já em Sinop, foi realizado o Simpósio do Movimento Pró-Logística na sede do Sindicato Rural.  O diretor executivo do movimento, Edeon Vaz, apresentou os principais portos que estão operando e aqueles que deverão ser construídos para atender a demanda do escoamento da produção de grãos de Mato Grosso.  Também falou sobre as obras que estão contempladas na licitação do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado. Produtores rurais, investidores, presidentes de Sindicatos Rurais da região e diretores das entidades participaram do evento.

Simpósio do Movimento Pró-Logística na sede do Sindicato Rural de Sinop.

 

Equipe da Famato no Estradeiro pela BR-163.

Nesta terça-feira (28.11), acordamos cedinho para viajar rumo a Novo Progresso, no Pará. Acompanhe-nos nesta expedição!”.

 

Último dia de Estradeiro

Na sexta-feira (07.09), enquanto a maioria das pessoas curtia o feriadão, a equipe da Famato seguia pelo último dia de Estradeiro pela BR-158, saindo de São Miguel do Araguaia-GO, com destino final em Água Boa-MT. O analista de logística do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Tiago Assis, conta como foi este último dia da expedição!

Depois do cansativo dia em que rodamos mais de 800 km entre Redenção-PA até São Miguel do Araguaia-GO, nos preparamos para mais um dia de viagem rumo ao nosso ultimo destino: Água Boa-MT. Assim que saímos de São Miguel do Araguaia, pegamos a rodovia estadual GO-164, que é uma rodovia com pavimento antigo e com estado de conservação não dos melhores, porém com obras em alguns trechos para melhorar a trafegabilidade. O que se nota no trecho goiano até o entroncamento da GO-454 é o grande e quase absoluto predomínio de pastagem em cerrado típico e áreas suavemente onduladas e com presença de latossolo – evidenciando a aptidão para agricultura dessa região. O uso do solo é feito por pecuaristas tradicionais em pequenas e médias propriedades.

Motorista da Famato, Erevan Carvalho e o analista de logística do Imea, Tiago Assis em visita ao terminal ferroviário da Vale, em Palmirante-PA.

Quando entramos na GO-454, a situação da estrada muda radicalmente. Ela não é pavimentada e está em péssima condição de conservação, limitando, eu diria quase totalmente, o trânsito de qualquer tipo de caminhão, pois possui muita ondulação. Já a paisagem é idêntica à descrita anteriormente, com predomínio absoluto de pastagens até a divisa do estado, no Rio Araguaia, em Cocalinho-MT.

GO-164.

Nesse trecho do Rio Araguaia, a travessia é feita por balsa que, devido às condições da estrada, não é muito movimentada e nem recebe o fluxo de caminhões. A travessia é rápida. Após uma breve parada, seguimos viagem por 64 kilometros pela MT-326 muito mal conservada e com pontes precárias, tanto que no período da seca elas não são usadas para poderem conservá-las melhor até o período das águas. Essa região é formada predominantemente por pastagem natural, formada sobre plintossolos (solo apto para pastagens), na sua maioria tendo a vegetação típica de Campo Cerrado, com vastas áreas alagáveis durante alguns períodos do ano. Ainda no período da manhã, chegamos até a mina de calcário da Supercal, onde almoçamos. Logo após, o diretor do Movimento Pró-logística, Edeon Vaz, ministrou uma breve discussão sobre a logística do Centro-Oeste e também da região de Cocalinho.

Balsa que atravessa o rio Araguaia.

O último trecho da viagem seguiu ainda pela MT-326 até o entroncamento da MT-240, seguindo por esta até Água Boa, onde a paisagem muda um pouco, saindo do relevo plano e passando para um ondulado a forte ondulado, porém com o uso do solo igual ao anterior, ou seja, a pastagem. Quando chega-se ao Rio das Mortes, onde a travessia é feita também por balsa, se identifica o retrato e maior reivindicação dos produtores e caminhoneiros da região. Eles reivindicam a construção da ponte sobre o Rio das Mortes, que iria baratear o frete e acabaria com a longa espera que se segue para embarcar na balsa. A região como um todo, de Cocalinho até Água Boa, destino final do nosso estradeiro, não tem aptidão para agricultura, pois fatores tais como clima, relevo e tipos de solo não propiciam a conversão dessas áreas para a cultura de grãos.  

Entrocamento das rodovias MT-326 e MT-240.

 

 

 

 

Impressões

Sem dúvidas, o Estradeiro BR-158 foi uma grande aventura e um enorme aprendizado para os integrantes. O gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi, mostra em vídeos algumas impressões sobre a expedição. Um momento que chama a atenção é o da passagem pelo rio Araguaia, na divisa entre o Pará e o Tocantins. Assista e confira!

Rodovia TO 335 – sentido Colinas.

Chegando a Colinas, no Tocantins.

Rio Araguaia – divisa entre os estados do Pará e Tocantins.

Chegando a Palmas ao som de RPM.

Ponte bastante danificada na BR-158.

Ponte na rodovida PA-287.

A cereja do bolo

Este é o último relato da viagem do gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi, no Estradeiro da BR-158. Neste feriado de 7 de setembro, após percorrer mais de 2.000km de estrada, Godoi diz que se sente mais “patriota e orgulhoso”, mesmo com a inérsia do Estado para solucionar os problemas de logítica de Mato Grosso. Confira!

“Mesmo com a barulhenta noite de Redenção-PA, nosso chefe Edeon Vaz não teve pena. Às 5h da manha acordou toda a comitiva. Não soube se desejava bom dia ou boa noite. É o dia mais longo deste estradeiro. Serão mais de 800km até São Miguel do Araguaia-GO. De Redenção-PA tomamos o rumo para Tocantins via PA-287. De tão mal conservada, me fez lembrar nossa MT-358 no período das águas. Ao balanço de quase 100km de buraqueira nos despedimos do Pará. Quem nos dá adeus é a cidade de Conceição do Araguaia, enquanto do outro lado da margem do Araguaia o município de Couto Magalhães nos recepciona em Tocantins.

Rodovia PA-287

 

Paisagem de Redenção-PA

O Araguaia vale um parágrafo à parte. Mesmo atrasados, não resistimos e pisamos no freio. Não tem como seguir adiante sem ao menos curtir alguns minutos no alto da imensa ponte que separa estes dois estados do Norte. São mais de 300m de uma ponta à outra com uma beleza rara. Nas margens se formam belas praias e ao centro tem um volume de água de impressionar.  Nos juntamos ao grupo e seguimos pela TO-335 sentido Colinas. O trecho de 113km se altera em boas e más condições. Dou uma nota 6, talvez. Parada rápida em Colinas e 30km adiante já estávamos no terminal ferroviário  da Vale de Palmirante. Eu que, apesar de criado em Santos-SP, vendo trem passando todos os dias em minha frente, jamais tinha entrado num terminal. Fomos muito bem recebidos por toda equipe da Vale que, além de nos explicar como tudo funciona, nos presenteou com várias informações de lotar a prancheta.

Grupo visita o terminal ferroviário da Vale, em Palmirante-PA.

 

Terminal ferroviário de Palmirante-PA

O terminal receberá em 2012 mais de 800 mil toneladas de soja. Cerca de 85% de origem mato-grossense. O grão é despejado em locomotivas de 80 vagões com mais de 7 mil toneladas que percorrem cerca de 960km em 36 horas até o porto de Itaqui, no Maranhão. O terminal opera hoje com  apenas 50%  de sua capacidade máxima, mas, independente disso, existem várias obras de ampliações previstas para os próximos anos. Para o terminal aumentar sua eficiência é necessário melhorar as condições de tráfego da BR-158, além da PA-287 para que esta logística ganhe competitividade e atraia cargas que ainda insistem em descer para os portos do Sudeste. O investimento nos portos de São Luiz para aumentar a capacidade de embarque também é necessário, mas, como se trata de investimento privado, isso deve acontecer em breve já que várias obras estão em andamento.

 

Terminal ferroviário de Palmirante-PA

Fiquei muito contente de ver este modal tão falado funcionando na prática. Ainda não é perfeito, é claro. Precisamos de uma maior competição entre as rotas e modais para que a verdadeira competitividade da ferrovia seja sentida no bolso. Com exceção do Rio Madeira, que já escoa parte da produção do Oeste de Mato Grosso em barcaças, as demais hidrovias levarão bons anos para entrar em funcionamento. Até lá, a dobradinha Rodoviário/Ferroviário será a solução para reduzirmos o custo logístico de Mato Grosso. Por isso, considero o pequeno terminal da Vale como a cereja do bolo desta viagem. É como se fosse uma injeção de motivação, provando na prática que dá para fazer.

Equipe confere todo o trecho no mapa.

Com o terminal no retrovisor, pegamos a BR-153 para Palmas – meu destino final. Esta rodovia muito bem conservada e sinalizada tem movimento que lembra nossa BR-163. No sufoco, chegamos ao aeroporto de Palmas faltando apenas meia hora para meu embarque! Uma conversinha mansa valeu meu “green card” para Brasília e depois embarcar para Cuiabá.

 Meus amigos do Estradeiro seguem viagem! Que todos cheguem em casa na santa paz ao final deste feriadão, que comemora nossa Independência. Falando nisso,  após percorrer mais de 2.000km nestes últimos 4 dias, vendo de perto as regiões visitadas se desenvolvendo, me sinto mais patriota e orgulhoso de nosso povo e do que fazemos! Mesmo com o total abandono e ingerência do Estado, estamos levando esta porção do Brasil adiante!

 Grande abraço e até a próxima!”

O Pará

O gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi, fala neste relato sobre o terceiro dia de viagem (05.09) no Estradeiro BR-158, realizado pela Aprosoja. Ele chegou ao Pará! Confira!

“A caravana partiu cedo rumo ao Pará. Seguimos o traçado da BR-158, onde, num asfalto quase perfeito, passamos pela simpática Confresa. Acima deste ponto nenhum membro da nossa equipe havia passado. Entre Confresa e Vila Rica a estrada é de chão e ruim. De fato, vimos algumas obras ao longo dos 100km que separam as duas cidades, porém a previsão para que todo trecho seja asfaltado é só no final de 2013. Encontramos no caminho duas carretas levando soja de Porto Alegre do Norte-MT para Colinas-TO via BR-158. Disseram que durante as chuvas nenhum motorista aceita trabalhar para os sojicultores da região. A solução encontrada pelos produtores foi pagar uma ‘comissão’ sobre a produção para fidelizar os motoristas. Em alguns casos, é proposta até uma parcela da sociedade.

Gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi, na divisa de Mato Grosso com o Pará.

 Quando nos aproximamos do Pará o asfalto voltou – uma surpresa positiva não fosse a má conservação. Da divisa até Santana do Araguaia dei até uma nota 6, mas de Santana até Redenção é difícil. Buracos atrás de buracos e falhas inexplicáveis no asfalto. Ponte? Só mesmo as provisórias montadas pelo exército há tempos. 

Buracos na pista da BR-158, no sul do Pará.
Santana do Araguaia-PA

 Nas paradas para fotos e entrevistas, as pessoas que passavam por nós faziam questão de parar, pedir ajuda e nos agradecer pela iniciativa. Gritos de ‘Vergonha’, ‘Nos Ajudem’, etc! As condições atuais das estradas por aqui têm causado muitos acidentes além do aumento dos custos de frete.

Protesto dos usuários da ponte.
Valor do frete de Vila Rica para o terminal da Cargill no Guarujá-SP (R$ 225).

As áreas de agricultura ainda não são comuns nesta porção do sul do Pará. Para se ter uma ideia, o núcleo da Aprosoja daqui conta com 20 membros e, segundo as informações, eles representam quase 100% deles. No Simpósio realizado à noite no Sindicato Rural de Redenção, o presidente Afif nos pediu para propagar em Mato Grosso que os paraenses aguardam a vinda dos mato-grossenses por esta banda! A área de expansão agrícola sob áreas de pastagem é incalculável. Condições de solo e clima são compatíveis com a demanda da oleaginosa.  Quando a logística por Marabá sair do papel, quem produzir aqui terá preço similar a um produtor de Cascavel-PR.

 

Típica paisagem do sul do Pará.

As obras aqui no Pará são fundamentais para os produtores do Vale do Araguaia. A produção de grãos deve ser multiplicada por 4 nos próximos 10 anos e os portos do Norte são a solução. Para os paraenses, estas obras também são fundamentais. Temos que achar o ponto certo de sensibilizar o povo do Pará a lutar pela evolução da logística deste estado. Se eles entenderem que serão apenas uma passagem, o caminho será mais difícil.

Ponte provisória construída pelo exército na BR-158, sul do Pará.

 Como pode apenas em função de um marco virtual tudo mudar! Muda a paisagem, as regras, a cultura e tudo mais. O Pará é outra coisa, outro ritmo…, por enquanto! Muitas oportunidades existem por aqui! John Deere, Masseyd e algumas das ABCD’s já chegaram. Alguém tem dúvida de que isso vai vingar?

No próximo dia veremos de perto o caminho atual da soja produzida no estremo norte de Mato Grosso. Acompanharemos o transbordo dos grãos nos vagões da Vale em Colinas-TO, que na sequência seguirão para São Luiz do Maranhão-MA.

 É isso aí!”

O Novo Mato Grosso

O ‘Estradeiro BR-158’ continua! Leia o relato do gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi, sobre o segundo dia de viagem (04.09).

“Partimos de Canarana pelo bom trecho da MT-326. A densa palhada de milho indica que a safrinha foi muito boa aqui também. Poucos quilômetros depois, acessamos a BR-158 e os primeiros trechos são de encher os olhos. Quanto mais ao norte de Canarana, mais evidente é a importância do término da pavimentação desta BR. Hoje, a produção desta região desce para Alto Araguaia, Rondonópolis, Vitória ou São Simão. Com o término das obras, a opção de escoar pelos portos do Norte pode adicionar ao bolso dos produtores mais de R$ 5,00 por saco. Vale lembrar que o custo com frete para escoar a safra desta região passa de R$ 200,00 por tonelada.

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BR-158.

O tamanho das propriedades vai ficando maior ao tempo que nos aproximamos de Ribeirão Cascalheira. É sinal de agricultura empresarial, com grandes máquinas, silos e infraestrutura de gente grande. As cercas continuam evidenciando que a pecuária algum dia foi soberana. Se alguém tem dúvidas de que podemos dobrar nossa produção sem deitar sequer uma árvore, deixo aqui o convite: suba a BR158!

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Resteva de milho em Canarana.

Nas proximidades de Campinas do Araguaia, ainda pela BR-158, encontramos um polo de conversão (pecuária x agricultura) simplesmente espetacular! As áreas prontas para debutar na agricultura são de perder de vista.

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Conversão em Ribeirão Cascalheira.

Pouco depois de Alo Brasil deixamos a BR-158 e fomos para Baiano, uma cidadela pertencente a São Félix do Araguaia. No caminho, assim que atravessamos a terra indígena Marãiwatsédé enjoei de ver novas áreas de agricultura, ainda mais ao som das músicas do motorista Erevan! São outros quilômetros de cercas envolvendo o solo nu, recém revolvidos que aguardam apenas as chuvas da primavera para receberem as sementes.  Em Baiano não encontrei Caetano, Gal e nem Gil …, porém tem muita, mas muita área de soja e os primeiros sinais de infraestrutura são evidentes. Cargill, Bunge, etc já estão por lá. Para se ter uma ideia da velocidade que a oleaginosa avança, somente na região de São Felix a área plantada deve saltar de 75 mil para mais de 115 mil hectares nesta safra. O incremento só não é maior por que não tem calcário suficiente.

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A trilha sonora da viagem.

De Baiano a Porto Alegre do Norte usamos (erradamente) a MT-412. Por lá o pasto continua intacto e mesmo com a seca encontramos forragens de boa qualidade. Passamos por Canabrava do Norte para acessar novamente a BR-158 com asfalto e sinalização novinhos em folha. Chegando em Porto Alegre do Norte,  voltamos a ver áreas de agricultura, pilhas de calcário, silos e o ‘cheiro’ do desenvolvimento que a agricultura costuma levar. À noite, durante o Simpósio de Logística, o prefeito Tarzan gritou ‘Nos ajudem, pois com todo este incremento não haverá como escoar a nova safra com a logística atual’.

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Obras na BR-158.

Eu, que gosto de estudar esta dinâmica da soja, não deveria estar surpreso com o que tenho visto. Falar do crescimento da soja no Araguaia em  cima de áreas de pastagem é quase um mantra, mas ver de perto esse fenômeno é de arrepiar. Precisamos apoiar estes empresários rurais que, mesmo sem estrutura, sem estrada  e sem governo estão fazendo algo realmente inacreditável! Não podemos ser omissos e o Movimento Pró-Logistica é um ponta pé na canela das autoridades deste país.

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Equipe Famato: o gestor do Núcleo Técnico, Eduardo Godoi, o analista de logística do Imea, Tiago Assis, e o motorista, Erevan Carvalho.

Estou orgulhoso deste  ‘Novo Mato Grosso’!  

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Eduardo Godoi, orgulhoso deste ‘novo’ Mato Grosso.

A viagem continua amanhã! Depois de um dia desse… é agradecer pela oportunidade e tomar uma gelada!!!!”.

Famato participa do Estradeiro do Movimento Pró-Logística pela BR-158

Mais um Estradeiro do Movimento Pró-Logística iniciou nesta semana. Desta vez, a comitiva formada por integrantes da Famato, Aprosoja, Secretaria de Transportes do Governo do Estado e da CNA percorrem a BR-158, passando por dez cidades nos estados de Mato Grosso, Pará e Tocantins. O objetivo é avaliar as condições das estradas e obras na região do Vale do Araguaia.

Confira o relato do gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi, sobre o primeiro dia de viagem (03.09)

“O grupo saiu de Primavera do Leste rumo à Paranatinga via MT-130. Vimos muito milho e algodão nas bordas da rodovia, evidenciando as tão faladas e ainda pouco estudadas ‘perdas pós-colheita’. Lembrando que a Aprosoja em parceria com a Universidade de Illinois e o Instituto ADM estão pesquisando sobre o assunto. Presenciamos também muitos buracos na pista que, em boa parte é de concreto, o que não é muito normal por aqui. Verificamos que existe um pequeno saldo de algodão aguardando a colheita nesta região.

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Muito milho às margens da rodovia.

Passado uns 100km de Primavera do Leste o restante de milho e algodão vão ficando para trás dando espaço às pastagens, na maioria degradadas, que nos acompanham até Paranatinga. Aos poucos a estrada melhora.

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Em alguns trechos há muitos buracos na pista.

De Paranatinga fomos até Gaúcha do Norte. Neste caso o asfalto acabou e percorremos estradas de terra. Foram 200km em mais de três horas e meia de viagem. Visualizamos muita pastagem degradada e a agricultura entra com força! São fazendas e fazendas preparando o solo para o plantio de soja, enquanto o gado é empurrado para outras áreas e, em alguns casos, simplesmente eliminados da propriedade. Conforme nos aproximamos de Gaúcha do Norte, o solo vai ficando mais vermelho e os sinais de agricultura são evidentes na chegada da cidade (silos, revendas, tradings, etc).  Segundo os participantes do estradeiro, este trecho melhorou em relação ao ano passado.

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Uma parte da equipe do Estradeiro da Aprosoja e do Movimento Pró-Logística.

Após o almoço em Gaúcha do Norte, percorremos mais 160 km de estrada de chão. Apesar da terra, o percurso está bem cuidado e chegamos sem muitos problemas a noite no município de Canarana.

Tomamos um ‘banho de gato’ e já fomos para o Sindicato Rural para um pequeno simpósio sobre logística.

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Simpósio sobre logística no Sindicato Rural de Canarana.

Agora seguimos para Porto Alegre do Norte, via BR-158, parte no piche, parte no chão!

Até!”